terça-feira, 5 de abril de 2016

Profissão: dona de casa. E por que não?

            Não, eu não vou falar aqui sobre o quanto as mães que trabalham em casa dão duro e o quanto não são reconhecidas. Eu vou falar sob um outro ponto de vista do assunto, uma reflexão pessoal, que talvez já tenha acontecido com outras.
            Há alguns meses fui com meu marido visitar um amigo dele de trabalho recém-papai. A mãe, com pouco mais de 20 anos, é uma fofa! E aproveitei para conhecê-la um pouco mais. E no meio da nossa pizza, entramos no assunto de casa, filho e trabalho. O marido entregou a pouca disposição e alegria dela em trabalhar fora. Morando há pouco tempo em Santos, ela não trabalha. E não pensa em voltar. Mas também relatou toda a sua dedicação e mínimos cuidados com a casa. Tem vassoura para isso, pano para aquilo, gosta até de ficar olhando a máquina de lavar trabalhando. Adora ser dona de casa! – eles concordaram.
            Exatamente o oposto a mim! rs E o fato dela ser uma geração mais nova que a minha (são quase 20 anos de diferença) me fez refletir (novamente) o quanto as pessoas são diferentes e o quanto devemos respeitar as suas escolhas.
            Esse fato me remeteu há uns 13 anos, quando eu ainda me questionava sobre a escolha das mulheres em deixar seus empregos, suas profissões, para se dedicarem exclusivamente a filhos, casa e marido. Não, eu não conseguia entender. Estava presa à imagem da minha mãe como modelo, mãe de 3 filhos, casada, sem empregada e ainda professora. E foi então, acreditem, que um simples filme me fez repensar minhas certezas. Não que eu tivesse, na ocasião, questionado minhas escolhas. Mas me fez rever o olhar que eu tinha sobre mulheres que tinham feito escolhas diferentes das que eu queria para mim.
            O tal filme foi “O sorriso da Mona Lisa”, estrelado pela Julia Roberts e escrito por Lawrence Konner e Mark Rosenthal. O filme se passa no início da década de 50 e conta a história de uma professora de arte, liberal, que vai trabalhar numa escola feminina, super tradicionalista, onde as mulheres são educadas apenas para serem esposas cultas e mães responsáveis. O conflito então se dá pelos ideais liberais da professora x os costumes e tradições da escola e das próprias alunas. A prof tenta mostrá-las que as mulheres podiam exercer outros papéis na sociedade diferentes de apenas mãe e esposa. No entanto, muitas optam seguir os padrões tradicionais da sociedade americana da época. Fizeram suas próprias escolhas. E eram felizes assim!
            Não sei se vocês assistiram e gostaram, mas eu adorei esse filme por tudo o que ele representou para mim, naquele momento. E a essência não está tão desatualizada assim, num momento em que se acusa muito e compreende pouco. Numa sociedade que ainda não aprendeu a respeitar o próximo e suas escolhas, infelizmente.
            Pois é, foi preciso apenas ver um filme e refletir para que eu mudasse minha perspectiva sobre várias escolhas e certezas. Às vezes um filme não é só um filme, uma diversão. É bom ser uma “metamorfose ambulante”. E é melhor ainda quando cada vez mais aprendemos a compreender e respeitar o diferente. A vida fica mais colorida!!


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