No final de janeiro deste ano, o Ministério
da Saúde da Colômbia recomendou que as mulheres evitassem engravidar pelos
próximos 6 meses, devido ao aumento no número de casos do vírus zika no país,
gerando uma grande polêmica. Afinal, adiar ou não uma gravidez é uma decisão
muito pessoal e um direito da mulher. E muitos são os argumentos de quem
concorda e de quem não concorda com esta decisão.
Identificada
no Brasil no ano passado, o vírus zika se transformou no terror das gestantes e
trouxe um dilema para quem sonhava em engravidar em breve.
Transmitido
pela picada do mosquito Aedes aegypti
infectado (o mesmo da dengue e da chikungunya), o vírus zika e a doença provocada
por ele ainda estão cercados de dúvidas e interrogações.
Assintomática
na maioria dos casos, a zika pode se manifestar de forma parecida com a dengue,
porém mais branda: dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações,
manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Os sintomas geralmente
desaparecem espontaneamente após 3-7 dias.
Em
relação às gestantes, as consequências parecem ser bem mais graves e complexas.
O Ministério da Saúde do Brasil confirmou, em novembro de 2015, a relação entre
a infecção pelo vírus zika em gestantes e o aumento no número de casos de bebês
com microcefalia no nordeste brasileiro. No entando, a Organização Mundial de
Saúde (OMS) ainda não ratificou essa associação, apesar de reconhecer as
crescentes evidências desta possibilidade.
Enquanto os casos se multiplicam pelo
mundo, médicos
e cientistas concentram esforços para levantar dados clínicos, virológicos e
epidemiológicos que evidenciem (ou não) a relação entre o aumento dos casos de
microcefalia e outros distúrbios neurológicos, como a Síndrome de Guillain-Barré
(SGB), e a transmissão do vírus zika. Dessa forma, facilitaria a compreensão
desta doença e suas consequências e ajudaria a determinar as ações
internacionais para contê-la. Além disso, há uma corrida científica para
produzir vacina, exames mais confiáveis e medidas eficazes de combate ao
mosquito transmissor. Este último parece ser o mais urgente e é, ao meu ver, o
que se mostra mais difícil.
Como
já disse, muitas questões ainda estão para serem esclarecidas. E, infelizmente,
a desinformação se espalha, de forma irresponsável e veloz, pelas redes
sociais, gerando medo. Cabe a nós pesquisar a veracidade das informações.
Estudos
se intensificam para confirmar: a ação do zika na retina e no nervo óptico de bebês
cujas mães foram infectadas com o vírus; e se a
transmissão viral ocorre também por via sexual (as evidências ainda são
limitadas).
Para a prevenção, muitas são as recomendações:
- eliminar o foco do mosquito em seus
criadouros;
- proteção pessoal como: uso de
mosquiteiros, roupas que minimizem a exposição da pele, telas em portas e
janelas, uso de repelentes que contenham o princípio ativo DEET, IR3535 ou
icaridina;
- proteção pessoal para as gestantes
durante todo o período da gravidez, uma vez que estudos apontam que o vírus
pode causar dano ao feto em qualquer fase da gestação e não somente nos 3
primeiros meses;
- evitar que gestantes viajem para
regiões de surtos de zika;
- sexo seguro, principalmente as
gestantes cujos parceiros sexuais viajem ou morem em áreas de surto da doença.
E
recomendação muito importante: mães infectadas pelo vírus NÃO devem interromper
a amamentação!
Diante
desse quadro, ter medo de engravidar em tempos de zika é inevitável, mas não
deve gerar pânico. A melhor decisão? Aquela baseada em informação! E, acima de
tudo, prevenção. Façamos a nossa parte!
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